O ser humano é um projeto infinito. Ele é devorado por duas fomes: a de pão - que é saciável - e a de beleza, de comunicação, de felicidade e de transcendência - que é insaciável. O sentido da vida se encontra no equilíbrio destas duas fomes. Leonardo Boff
Children on Tree - Heide Benser/Corbis (DC) |
Que o ser humano é um projecto infinito, sabemo-lo por experiência e reflexão pessoal. Basta que olhemos para a nossa própria existência e que nos detenhamos numa interrogação sincera acerca de quem somos, como nos representamos na nossa corporalidade e nos relacionamos com os demais seres, como construímos e afirmamos os nossos desejos de felicidade e realização e como, para além da exterioridade e das suas manifestações, reconhecemos que existe, em nós, um outro campo com elas interligado, um campo de transcendência e de desejo que nenhum objecto pode preencher.
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Sem tempo livre, o espírito não tem condições de respiro e o ser humano vê-se privado da sua dimensão intrínseca de projecto infinito de realização e felicidade que nenhum dinheiro pode comprar.
Consciente da importância desta reflexão, a Fundação Betânia promove, no próximo dia 9 de Fevereiro, um encontro [Ler+] à volta do tema Afinal há pessoas. Desde já, com a publicação do escrito de Fevereiro, o Ouvido do Vento, abre a quem o visita um espaço de reflexão e diálogo sobre esta temática.
[ texto integral ]
Obrigado a Manuela Silva por esta reflexão.Lembrei-me também logo da frase de S.Paulo ouvida hoje "...se não tiver amor (caridade) nada sou". Amor é essencialmente relação, e a vida é tanto mais rica ou intensa quanto mais ampla é a sua dimensão relacional, como aliás também se diz no primeiro texto citado.
ResponderEliminarO tender-se a mercantilizar tudo ou a pôr no lugar do valor das coisas o preço das coisas (Adriano Moreira)leva a que os extremos (consumismo e pobreza no limite da sobrevivência) se toquem no fechar ao ser humano a janela de "ser um projecto infinito", como Manuela Silva diz no penúltimo parágrafo.