07 janeiro 2008

A propósito da Cimeira Europa - África

Coube a Portugal organizar a II Cimeira Euro-Africana, evento que visou dar novas bases ao diálogo entre dois continentes, ainda com muitas chagas por sarar. As cimeiras anteriores não obtiveram os resultados esperados, a avaliar por indicadores do que se passa em numerosos países africanos, onde persistem a pobreza absoluta, doenças endémicas devastadoras, como acontece com o HIV, e um crescimento económico insuficiente. Parece apostar-se agora numa cooperação que tenha como actores do desenvolvimento não apenas os governos mas também as sociedades dos dois continentes.

Apesar de todas as dúvidas suscitadas, esta cimeira vale pelas esperanças que alimenta. Porque só a cooperação, envolvendo todas as nações, poderá garantir um melhor futuro para o nosso planeta, não podemos ficar indiferentes aos grandes desafios desta frente de cooperação intercontinental. Assistimos a uma globalização sem solidariedade que está a afectar negativamente os sectores mais pobres. A miséria no Terceiro Mundo é uma distorção muito mais negativa do que a simples exploração gananciosa dos seus recursos, pois, além das graves carências materiais que provoca, exclui os seus cidadãos de qualquer centro de decisão. O direito de pertença à sociedade é atingido nas suas próprias raízes, por força de uma globalização ambígua e manipulada que está a criar cidadãos sem cidadania. São povos inteiros, culturas e pessoas que se tornam «invisíveis» aos olhos dos poderes de decisão. Estes agem como se aqueles não existissem. »» [ Ler texto integral ]

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