Este é o dia novo. Sei-o pelo desejo
De o transformar. Este é o dia transformado
Pelo modo como apoio este dia no chão.
(…)
Daniel Faria – Para o instrumento difícil do silêncio
De o transformar. Este é o dia transformado
Pelo modo como apoio este dia no chão.
(…)
Daniel Faria – Para o instrumento difícil do silêncio
São palavras de desejo e de novidade as que saltam em cada começo de ano.
Palavras de desejo de transformar o mundo e de o tornar humanamente mais habitável, convivial e fraterno.
Palavras de novidade que nos devolvem, como num espelho, aquilo que somos verdadeiramente e quais os valores impressos na nossa consciência, pela qual pautamos o nosso jeito de ser e de viver.
Palavras que nos suscitam um desejo de mudança e nos convocam para alguma transformação de atitudes e comportamentos, de estilo de vida e de projecto de futuro.
Palavras que, para terem a marca da autenticidade, nos responsabilizam pelo modo como apoiamos este desejo de dia novo no chão dos nossos quotidianos, na família e no trabalho, na escola e nas múltiplas instâncias que moldam a vida colectiva.
De vários horizontes e, nomeadamente, da parte de alguns sectores cristãos, incluindo a voz do Magistério, vêm surgindo apelos no sentido de uma tomada de consciência de que a profunda mutação em curso na economia e na organização social, que hoje ocorre simultaneamente à escala mundial e no interior de cada país, não fique entregue aos automatismos do sistema económico, mas antes seja conduzida segundo critérios que salvaguardem a dignidade do ser humano, promovam valores fundamentais como a justiça, a liberdade e a equidade e bem assim defendam o equilíbrio ecológico do Planeta.
Sem subestimar a necessidade e o alcance de indispensáveis e urgentes reformas estruturais, sublinha-se que, para a sua viabilização e êxito, são precisos homens e mulheres novos, que se deixem conduzir pelo espírito de verdade e de amor, de liberdade e de comunhão na alteridade e não esmoreçam no esforço de construir o futuro enquanto projecto comum da Humanidade.
Em especial, no que se refere à paz universal, por que todos ansiamos e de que tanto se fala no começo de cada ano, há que reconhecer que aquela depende da construção de uma ordem económica justa e do desenvolvimento de uma comunidade humana universal.
A mensagem do Papa Bento XVI para o dia mundial da paz de 2008 – Família Humana, Comunidade de Paz – vai nesse sentido já que nela se sublinha, de modo particular, que é numa vida familiar sã que se experimentam algumas das componentes fundamentais da paz: a justiça e o amor entre irmãos e irmãs; a função da autoridade manifestada pelos pais; o serviço carinhoso aos membros mais débeis, porque pequenos, doentes ou idosos; a mútua ajuda nas necessidades da vida; a disponibilidade para acolher o outro e, se necessário, perdoar-lhe.
São estes valores e a sua vivência experienciada na vida familiar que, transportados para a vida em sociedade, criam os alicerces da verdadeira paz.
Que neste começo de 2008, em cada um e cada uma de nós, se avive o desejo de dia novo que transforma o mundo quando o apoiamos no chão.
Bom post!
ResponderEliminarConcordo consigo, sobretudo quando afirma:
"... são precisos homens e mulheres novos, que se deixem conduzir pelo espírito de verdade e de amor, de liberdade e de comunhão na alteridade e não esmoreçam no esforço de construir o futuro enquanto projecto comum da Humanidade."
Infelizmente esses valores não estão presentes nos vários contextos de vida na actualidade.
Podemos encontrar exemplos abundantes de uma sociedade que promove exactamente o contrário do que o seu texto afirma no desporto, nos meios de comunicação, na moda, nos centros comerciais, nos locais de lazer e de diversão, etc. etc. Estes são apenas alguns dos espaços onde os jovens passam muito tempo das suas vidas.
Claro que também há o outro lado da realidade, mas é cada vez mais raro encontrar gente com vontade de mudar o mundo começando por dentro de si próprio.
Olá João!
ResponderEliminarObrigada pelo seus comentário!
Tentando olhar para o lado mais optimista, venho sugerir-lhe uma consulta ao trabalho que desenvolvem estes jovens:
Fasrondas
Conheço um deles e também se chama João!
Coincidência...
:)
Agradeço a sugestão.
ResponderEliminarJá andei a ver a página que me sugeriu e parece que esses jovens desenvolvem actividades muito generosas e interessantes.
Bom trabalho está também neste Blogue!
Felicitações.
Obrigada e volte por cá!
ResponderEliminar:)