01 maio 2019

A fé é uma travessia

O Senhor começou uma história de amor com as pessoas e quer abraçar toda a criação nesta história. A maneira de lutar contra o mal, que nos ameaça e ameaça o mundo todo, só pode residir no nosso ingresso neste amor em última instância. Esta é a verdadeira força contra o mal, já que o poder do mal surge da nossa recusa em amar a Deus. (Bento XVI)
 Em Fevereiro passado, o papa emérito Bento XVI publicou num jornal alemão um texto com o título “A Igreja e o escândalo do abuso sexual”, com o propósito de contribuir com a sua reflexão (achegas, como, humildemente lhe chamou!) para a reunião dos presidentes das conferências episcopais convocada pelo papa Francisco para discutir a crise da Fé e da Igreja, uma crise palpável em todo o mundo após as estarrecedoras revelações dos abusos perpetrado por clérigos contra menores. 
A magnitude dos casos conhecidos e a sua proliferação entre clérigos e inclusive entre membros da hierarquia da Igreja católica tem levado ao abandono da Igreja por parte de muitos fiéis que se sentem traídos na sua fé e sem confiança nos seus pastores. A opinião pública, por sua vez, encontra nestas fragilidades razões para criticar as instituições eclesiásticas, o seu modo de agir e o poder que detêm na sociedade civil em alguns países e declaram guerra contra a Igreja e os seus fiéis. 
Há que reconhecer e enfrentar a extensão e a profundidade da actual crise da Fé e da Igreja, visível em todo o mundo, ainda que com manifestações distintas consoante os contextos culturais e sociopolíticos em que ocorrem. Assim sendo, para Bento XVI, é necessário e urgente procurar um novo começo, afim-de tornar a Igreja verdadeiramente credível como uma luz entre os povos e como uma força activa contra os poderes da destruição. 
O texto agora publicado tem esse propósito e está dividido em três partes: na primeira, discorre sobre o contexto societário mais amplo em que se situa esta problemática sem o qual não é possível entender as suas respectivas causas profundas; na segunda parte, analisa-se as implicações da cultura dominante na formação e na vida dos clérigos; na terceira parte, Bento XVI apresenta as suas perspectivas para a necessária e urgente renovação da Igreja.
(...)
Poderá a Fundação Betânia, que nos seus fundamentos comunga destas preocupações, ser mais proactiva na construção destes espaços de fé como travessia e forma de vida, que nos faz felizes na nossa fé?

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