01 abril 2019

Um novo dinamismo de mudança

A conversão é a inversão da rota do navio que, se continua assim, vai direita às rochas. Não serve fazer a conta dos bons e dos maus, é preciso reconhecer que é todo um mundo que tem de mudar de direção: nas relações, na política, na economia, na ecologia. (Ermes Ronchi)
Diante de alguma calamidade natural, acto de terrorismo, doença grave, morte prematura, sempre surge a interrogação: Onde está Deus? Esqueceu as suas criaturas ou está, porventura, a castigar os seus desmandos? Quer manifestar a sua cólera ou deixar um apelo à mudança de direcção, um convite à conversão?
No seu tempo, Jesus teve de enfrentar interrogações semelhantes dos seus contemporâneos a propósito de uns mortos que ficaram soterrados pelo desabar de uma torre em Siloé (Lc 1, 1-9). A resposta de Jesus é clara e pode resumir-se assim: não se trata de culpa ou de castigo; não é Deus que provoca as calamidades naturais, os actos de violência e de terrorismo; não se lhe podem atribuir os magnos desequilíbrios ecológicos com que estamos confrontados; tão pouco Deus muda de humor, porque é eterno o seu Amor.
Navio Escola Sagres. Inês Aparício. 2018
Em outra passagem do evangelho, quando é apresentado a Jesus um cego de nascença, aqueles que o trazem parecem estar preocupados em saber de quem é a culpa, do próprio ou dos seus progenitores, mas, também neste caso, Jesus descarta a pergunta e recusa que o acento tónico seja posto na definição de quem é o culpado, pois o que importa é que o cego passe a ver, seja curado do seu mal e plenamente reintegrado na comunidade. 

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