No site da Fundação Betânia foi publicado mais um estudo da série sobre o Génesis, no âmbito do Projecto Ler a Bíblia, coordenado por Nicoletta Crosti.
Estes estudos podem ser comentados aqui no Ouvido do Vento.
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É uma maravilha ver retomado o relato do capítulo 12 do Génesis, quando Abraão entra em terra estrangeira e, temendo pela sua vida, faz passar a sua mulher por irmã. O mesmo relato será repetido por Isaac (Gn 26,6-11). É evidente que existia uma antiga tradição da qual os autores fizeram derivar três relatos. Embora o acontecimento seja fundamentalmente idêntico, a narrativa muda, quer em termos de contexto quer da forma como se desenvolve o tema, porque é diferente a mensagem que se quer transmitir. Também neste capítulo se enfatiza a inadequação das personagens, como Abraão, chamadas a ser protagonistas de uma história de salvação. Deus aceita os patriarcas como eles são, filhos do seu tempo, desembaraçando-se como podem perante as dificuldades da vida, usando até a astúcia e a mentira relativamente às quais o autor não se escandaliza. Jesus, numa parábola, chegará a dizer: o senhor elogiou o mordomo desonesto pela sua astúcia (Lc 16,8). Para nós, hoje, a mentira de Abraão parece imperdoável porque somos filhos de uma sociedade na qual o respeito pelo estrangeiro e pelo próximo se desenvolveu imenso. Não era assim há três mil anos. Não obstante a sua mentira, Abraão permanece para Deus um profeta. Todavia, Deus não deixa que passe despercebido o seu erro e mostra-nos as suas consequências negativas. (v.18). (...)
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Até os pagãos conhecem o temor a Deus
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