Vivemos numa sociedade crispada. As pessoas parecem zangadas. Zangadas com os outros, com o trabalho, com o trânsito, com a política, com o funcionamento dos serviços. Em suma: zangadas com a vida. Talvez, e em primeiro lugar, zangadas consigo mesmas e transportando estes sentimentos para o ambiente em que vivem e onde se movimentam, potenciando, assim, novas razões de mal-estar…
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Existem inúmeras causas objectivas que concorrem para alimentar o espírito de zanga e a violência a ela associada. É uma análise de que não me ocuparei, em pormenor, neste escrito, mas será interessante que cada eventual leitor e leitora o faça e incentive familiares e amigos a que o façam também. Quando conhecemos as causas do mal estamos em melhor posição para as prevenir e erradicar!
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Não nos dispensaremos de procurar remover as raízes estruturais da violência, intervindo nas instâncias próprias e através dos meios adequados, para que prevaleça a justiça e se dê a necessária solidez à paz social. Será um combate a prosseguir com lucidez, determinação e persistência. Contudo, o passo mais imediato ao nosso alcance é, certamente, o que decorre de uma escuta sincera, profunda e consequente da palavra do Evangelho, que é também um convite: Felizes os que constroem a paz. Serão chamados filhos e filhas de Deus. (Mt 5,9).
A esta luz, concluo com um duplo desafio: Como ser artífice de paz hoje? Como aproveitar a Quaresma de 2008 para arrancar as raízes da zanga e mal dizer e cultivar um espírito de positividade, de harmonia, de conciliação e de paz? »» [Texto integral]
Li várias vezes este Escrito do Mês de Fevereiro antes de me atrever a comentar.
ResponderEliminarReflecti e conversei com outros/as amigos/as sobre esta frase:
"Existem inúmeras causas objectivas que concorrem para alimentar o espírito de zanga e a violência a ela associada."
Apontaram-me as inúmeras causas, sugeriram-me leituras, alguns fizeram-me a sua lista de razões para andar zangados e dei comigo a pensar nos meus motivos de zanga...
Sim, que eu também ando zangada!
Ora cá vão 2 ou 3:
O Mundo é um lugar cada vez mais perigoso... O medo do futuro instalou-se subtil e cinzento. É o Ambiente, é a Guerra, é a Fome e a miséria de milhões, é o fim de uma era que prometia Paz e viu nascer novas formas de violência sem rosto...
O País está irreconhecível!
Pesa-nos o desencanto com que olhamos para estas 3 décadas de democracia. A Esperança num Futuro de Bem Estar para Todos, gorou-se!
É o envelhecimento, é a insegurança, é o abuso de poder, é a corrupção, é a falta de respeito, é a ignorância, é que já ninguém planta cravos em espingardas!
As pessoas estão zangadas... a violência cresce porque se sentem acossadas, encurraladas e sem vislumbrar uma saída esperançosa para o peso do mundo a desmoronar com que todos os dias lhes acenam os meios de comunicação, os governantes, as instituições.
Assim não há quem viva!
Só vim aqui provocar-vos...
Não há uma receita para resolver isto. Podemos espreitar o coração e procurar um sinal do que em nós se recusa a morrer.
Há, de certeza que há, uma Luz!
"Uma pequenina luz..." como diz Jorge de Sena
Essa Luz faz toda a diferença. É a Esperança que nos resta. A Esperança no Amor de Deus é tudo o que preciso para levar adiante a vida, confiando cada dia na surpresa do encontro com outros/as que também se deixam tocar pela ternura de Deus.
Isto é difícil?
Pois é!
Mas que graça teria se o não fosse?
:)
Muito boa reflexão.
ResponderEliminarGostei do que li.
Grande abraço,
:)
ResponderEliminarObrigada pela visita.
Volte sempre!
Olá...
ResponderEliminarvolta meia volta, volto à blogosfera e a Betânia.
bem. mais um texto inspirador: apenas uma reflexão no que diz respeito à Igreja. No modo de nos colocarmos no mundo de sermos em relação com o mundo temos que ter cuidado, muito cuidado com as tentações de confronto e procurar ser dinamizadores de encontro.
Olá Zé Maria!
ResponderEliminarQue boa surpresa!
Volta e meia passo pelo
Optimista por
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Parabéns pela persistência!
Obrigada pela visita.