11 dezembro 2007

Espaços, Tempos e Silêncios

"O quotidiano, o lento e o calado são o emblema de toda uma espiritualidade. Creio que poderíamos aprender com o Oriente, neste aspecto. Aprender a descobrir o valor eterno do doméstico e do quotidiano, o “Deus entre os púcaros” de Teresa de Jesus.
Aprender a unir eterno e presente, introduzindo na nossa vida pausas e espaços de receptividade. Aprender a escutar no silêncio, a calar sobre o absoluto como uma das melhores formas de expressá-lo. Domesticidade quotidiana, pausas sensíveis e silêncios significativos seriam o caminho de toda uma espiritualidade do simples e da simplicidade."
"Caminos Sapientiales de Oriente",
Juan Masiá Clavel, SJ, Ed. Desclée De Brouwer, 2002.
[ Tradução: Paulo Bateira, 2007 ]

3 comentários:

  1. Um triplo agradecimento:
    - a Masiá Clavel, por este excelente texto que nos leva pela mão a descobrir caminhos de interioridade e de realização pessoal;
    - a Paulo Bateira, que fez a tradução e tomou a iniciativa de nos disponibizar este texto;
    - à Maria do Céu, que soube escolher a imagem que na sua simplicidade e beleza nos transporta à essência.
    Com esta divulgação todos ficamos a ganhar, mas também mais responsáveis por fazer frutificar a palavra recebida.
    Manuela Silva

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  2. Desculpem, vou divagar...
    Este texto lembrou-me o "Maio" da casa da minha avó. Uma coroa de flores pendurada no portão, na passagem de Abril para Maio. Tão óbvia, tão natural, que nunca me souberam explicar porque o faziam.
    Muitos anos mais tarde encontrei em livros do Antroposofismo a descrição destes rituais e tradições, e dei-me conta da diferença entre este "ensinar em 10 lições" para recuperar um equilíbrio perdido e aquele gesto natural transmitido de umas gerações às outras.
    Também me lembrou uma parte de um artigo que li sobre a maternidade em diferentes culturas: se perguntarem a uma mãe alemã porque é importante criar o bebé com leite materno, ela é capaz de falar mais de meia hora; se perguntarem o mesmo a mulheres de algumas regiões de África, elas nem entendem a pergunta. "Tão natural como a sua sede", como dizia o slogan.
    Brotasse o silêncio no meu quotidiano tão naturalmente como o Maio saía das mãos da minha avó, ou como essas mulheres africanas amamentam os seus filhos...

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