01 setembro 2019

A fraternidade é a nova fronteira do cristianismo

A fraternidade é a nova fronteira do cristianismo (…) a Igreja é uma fraternidade em que se vive o amor fraterno. (Enzo Bianchi) 
Se nos mantivermos minimamente atentos ao que se passa no mundo à nossa volta, damo-nos conta de que vem crescendo uma onda de violência nos países ditos modernos e civilizados. 
Violência sob as mais diversas formas: violência doméstica que pode atingir o cume da crueldade e da barbárie, mas também violência institucional manifestada em relações laborais injustas e políticas atentatórias de direitos humanos e da protecção devida aos mais vulneráveis; violência latente e difusa no tecido social ferido de gigantescas desigualdades, de que é sinal a proliferação de movimentos inorgânicos de descontentamento e desafiliação social.
Existem, certamente, razões objectivas para a emergência destes fenómenos, mas entre eles há que ponderar a existência de uma crise de comprovada fraternidade. Com efeito, como escreve Enzo Bianchi, a fraternidade permanece a promessa falhada da modernidade. O alcance universal da fraternidade que cresce na confiança recíproca - no âmbito da cidadania moderna, assim como entre os povos e as nações — está muito debilitado.
Ao longo dos últimos 3 séculos, lutou-se pela liberdade e a igualdade, mas esqueceu-se – ou subestimou-se – o alcance da fraternidade como vínculo e meio de coesão social e assim se esbateu o alcance dos dois outros princípios, a igualdade e a liberdade.
A fraternidade exige e pressupõe o reconhecimento do outro, da sua dignidade e dos seus direitos como parte de um todo, a família Humana, na sua variedade. O que fizermos – ou não – ao nosso semelhante reflecte-se, assim, sobre nós próprios, de uma forma ou de outra.
(...)

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