A história de José continua e anima-se. Ocorre uma mudança de perspectiva em relação ao capítulo anterior. Retoma-se o tema fundamental da história, que é uma história de irmãos e da sua relação (vd. capítulo 37). O termo irmãos aparece repetido frequentemente. Veja-se Mt 23,8: Não vos deixeis tratar por mestre (...) vós sois todos irmãos.
(...)
vv. 24-26 Então José comove-se até às lágrimas, porque vê a conversão dos irmãos e, portanto, uma possibilidade de uma autêntica reconciliação. O seu plano teve sucesso. José não impõe aos irmãos uma pena; mas, pelo contrário, oferece-lhes o trigo como gesto de perdão, além de outras provisões para a viagem. O Filho de Deus colocar-se-á nesta mesma linha da gratuidade do perdão, que supera a justiça humana segundo a qual para cada culpa deve corresponder uma pena. Jesus durante a sua paixão continuou a amar os seus perseguidores, mas não pôde dar o seu perdão directamente a nenhum deles, porque nenhum se sentia pecador e o tinha reconhecido. Todavia, sabendo que, dentro de pouco tempo, estaria morto e não poderia mais perdoar, pôs o seu pedão nas mãos do Pai para que ele o desse a quem se convertesse (Pai, perdoai-lhes (...) Lc 23,34). Isso aconteceu aos pés da cruz ao centurião, pagão, responsável directo pela crucifixão, que, inesperadamente, se dá conta de ter agido injustamente, converteu-se, e glorificou a Deus (Lc 23,47).
Sem a conversão do coração não se aceita o perdão
e não há verdadeira reconciliação.
Os Irmãos de José Reconhecem a sua Culpa
Génesis, capítulo 42
[Versão integral]
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