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Tema central do cristianismo, a noção de bem comum está intimamente ligada ao valor conferido à pessoa humana, na dupla vertente de individualidade e de dimensão relacional. Nenhum ser humano subsiste sem o reconhecimento da sua singularidade, mas também sem a consciência e sem a experiência da sua relação com o outro, sejam os outros seres humanos mais ou menos próximos, a natureza, a cultura, a sociedade. A tal ponto assim é, que o bem individual de cada ser humano está indissociavelmente ligado ao bem do todo. O comprovativo mais eloquente desta afirmação é a paz que, sendo desejo universal que habita o coração humano, só é realizável como um bem comum.
(...) Neste tempo de crise, há que fugir da tentação da “conquista” e do reforço das lógicas do “salve-se quem puder” que só podem levar à exclusão e ao conflito social ou seja ao aprofundamento da própria crise.
Ao invés, eu diria que precisamos de reaprender a gostar de viver em conjunto e a re-centrar as nossas decisões pessoais e colectivas no bem comum. É uma tarefa de todos e, com maior fundamento e exigência, para quem recebeu o dom da fé num Deus que é convite perene ao Amor.
A aplicação sincera deste olhar de bem do todo fará mudar radicalmente os nossos referentes existenciais e as nossas opções em matéria de organização de vida pessoal e colectiva e abrirá rotas de futuros portadores de vida mais harmoniosa e feliz.
Façamos destas férias um tempo de desaprender modos de ser hedonista, e de prática de um outro olhar – aquilo que mais aproveita ao todo de que sou parte.
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