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É sinuoso e moroso o caminho da nossa conversão interior. Não nos admiremos que também seja demasiado lenta a transformação do mundo. Toda a nossa vida não basta para o transformar, pois chegaremos à nossa hora com a consciência de ter deixado muitas tarefas incompletas. Mas isso, em vez de constituir motivo de desânimo, deverá afervorar o nosso sentido de missão, como nos exorta o Apocalipse, escrito justamente para ajudar os crentes a alimentar a esperança em períodos difíceis.
Diz o povo que a Esperança é a última coisa a morrer. Sendo a última a morrer, é também a que alimenta as demais. Até por isso, deverá ser a primeira a ser vivida e a ser testemunhada acima de qualquer outra. Mas nunca o será, se nos fecharmos em nós mesmos, numa espiritualidade sem próximo e sem história.
Manuel António Ribeiro
– Porto. 2007
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