da Conferência de Nicoletta Crosti na Fundação Betânia - Setembro 2008 |
Sentavas-te ali connosco numa roda de Amizadediscorrendo sobre a Palavra com sabedoria e graça.Às vezes desconcertante...Sempre interpeladora.Olhar meigo, sorriso cativante,o gesto atentoe o argumento perspicaz.
O que aprendemos contigo!O que aprendemos contigo?
Agora há esta memória que o vazio não apaga e nos leva a dizer:Obrigada para sempre Querida Nicoletta!
ResponderEliminarCantai a seiva que sobe das raízes,
O arado do tempo cortando o nevoeiro;
Cantai a vida que sangra e incendeia,
Vós todos que lavrais a terra, tecelões e pedreiros
Entrai na força escondida do desejo,
Domadores de cavalos, aguadeiros,
Pois vossas mãos acenderam candeias
E vossos olhos alumiaram a noite
Trazei à taça da vida nova que se anuncia
Os trapos velhos das dores enterradas;
Joalheiros de dedos magoados,
Vós todos que esperais o parto das sementes
Assinalai a pedra onde caístes
E a madeira em que vos crucificaram:
Porque há música nos ritos da tortura
Que canta o dia novo que não tarda
Enquanto não sabemos o caminho,
Cantemos já o dom de caminhar;
Se estamos juntos não teremos medo:
Alguém no invisível nos espera
Plantemos flores à beira do abismo
Há-de haver no deserto um lugar de água
Alguém que nos chame pelo nome
E nos acolhe ao termo da viagem.
José Augusto Mourão
- O Nome e a Forma
Mensagem enviada pela Amiga Isabel de Castro:
ResponderEliminarA imagem de Betânia com a marca incrustada da ausência de Nicoletta é de tal modo forte que o Vento nos traz as suas palavras.
Nicoletta Crosti fazia-nos assistir à metamorfose da sua silhueta etérea, passando às palavras graníticas e iluminadas encontradas na busca do Encontro.
Imagem feliz em "Ouvido do Vento", palavras sentidas e bonitas da Maria do Céu.
Isabel de Castro