01 fevereiro 2019

O quotidiano lugar de revelação

O Senhor está realmente neste lugar e eu não o sabia! (Gen 28,16)
Sino de Betânia. mcst 2014

Na sua última conferência, realizada em Lisboa em 5 Outubro passado, Luciano Manicardi, prior do Mosteiro de Bose (Itália) lançava esta interrogação: “se até numa colherinha de café o sol se reflete”, devermos perguntar-nos: existem coisas “banais”?
Toda a conferência foi uma interpelação dirigida ao modo como olhamos o nosso quotidiano, nas suas múltiplas vertentes e como o vivemos na relação que temos com as coisas que usamos, as compras que fazemos e as lojas que escolhemos, as tarefas que desempenhamos, as profissões que exercemos, os encontros que temos e as relações que no dia-a-dia vamos tecendo, os espaços que habitamos, os transportes a que recorremos…
Aquilo com que lidamos no nosso quotidiano diz muito de nós, das nossas opções pessoais e do nosso sentido de vida e, simultaneamente, vai deixando, em cada pessoa, marcas existenciais. Assim sendo, não podemos descurar a sua importância, pois, como diz Luciano Manicardi: elas (as “coisas”) são o diálogo ininterrupto que os sentidos estabelecem com o mundo e, através dos quais, o mundo toca a nossa alma. Deste modo, o quotidiano tem, assim, uma valência antropológica mas, também, espiritual. (...)

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