22 março 2017

O “OUTRO” É UM DOM A QUE NOS DEVEMOS DAR

É este o título da Reflexão Quaresmal que a Comissão Nacional Justiça e Paz propõe para este ano. O texto na íntegra está publicado no site e merece ser meditado e reflectido em pequenos grupos de revisão de vida. Selecciono no texto uns breves apontamentos.

A violência

Vivemos num tempo mergulhado numa crise que não se esgota nos fatores económicos e sociais em que muitas vezes nos focamos, mas se caracteriza por uma crescente ausência de valores morais e civilizacionais dados por adquiridos nas últimas décadas. Esta crise de valores é bem patente, também, na proliferação de uma cultura de violência latente, que em Portugal encontramos num crescendo sistemático e preocupante.
 
Desigualdades gritantes

Dados recentes da autoridade tributária (out. de 2016) mostram que, em média, o rendimento dos que se situam no escalão mais alto do IRS era 142 vezes superior ao do escalão mais baixo. Não se trata de cultivar a inveja social, mas tão-só de reconhecer a urgência de um despertar mais forte de uma consciência social colectiva capaz de se interrogar sobre a justiça de uma disparidade desta dimensão.

Os “outros” são para nós “um dom” ou um peso?
Até que ponto seremos nós, enquanto cristãos, sinais coerentes e corações abertos que resistam aos discursos xenófobos que grassam por quase toda a Europa?
 
Não à cumplicidade com a corrupção
Aproveitemos, também, esta Quaresma para eliminar a cumplicidade do nosso coração com a corrupção que grassa na nossa sociedade, sempre defraudando os mais pobres e frágeis dos seus direitos.

Vencer a pobreza
Peçamos sinceramente ao Senhor que não nos deixe dormir descansados quando sabemos que dois milhões de portugueses vivem abaixo da linha da pobreza. Não deixemos que nos convençam facilmente que o salário mínimo não pode subir, a menos que façamos parte dos muitos que heroicamente conseguem alimentar uma família com o seu parco valor.
 
Escutar a Palavra e pô-la em prática 
Esta Quaresma pode ser para cada um de nós e para cada comunidade o momento de conversão que nos chama à mudança de vida. Aprendendo a não repetir o erro do “rico” que pensava ser compatível amar a Deus e ao dinheiro, ao mesmo tempo que a indiferença o levou a só reparar em Lázaro tarde demais.

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