01 dezembro 2014

Olhar a vida com olhos de mosca

Physalis on ice - Henri Haneveer. 2013
A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente. (Soren Kierkergaard).

A sua visão só se tornará clara quando olhar para dentro do seu coração. Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda. (Carl Jung).

(...) Face à complexidade do mundo actual, precisamos, urgentemente, de promover uma cultura e mundividência que dialoguem com as grandes necessidades e aspirações da vida, pessoal e colectiva, local, nacional e mundial; carecemos de desenvolver uma visão e modo de estar e agir que nos abram, incessantemente, à profundidade e à complexidade do real; muito beneficiaremos de aprender a olhar a vida com olhos de mosca, isto é, em mosaico e em todas as direcções.(...)
O olhar de mosca é para os humanos um desafio a que saibamos integrar a transcendência na nossa visão do mundo, aos vários níveis. Para o cristão, a metáfora do olhar de mosca convida-o a contemplar e a fazer seu o testemunho e o ensinamento de Jesus de Nazaré e a torná-lo presente no espaço e no tempo em que lhe é dado habitar, com todas as sus contradições e desafios.
A celebração do Natal que se aproxima convida-nos a uma revisão em profundidade do nosso olhar e do nosso agir. Sugiro que tomemos como horizonte e referência o nascimento de Jesus, incarnação da Palavra eterna no tempo, manifestação suprema do amor que Deus é.

1 comentário:

  1. Muito obrigado pela metáfora do olhar a vida com olhos de mosca e pela reflexão da Manuela Silva a partir daí. Eu quase que detesto este ambiente publicitário-comercial em que transformaram o tempo do Sdvento e do Natal. A grande maioria só olha para fora, para o que há a comprar ou não poder comprar: olham para fora e sonham, parafraseando a excelente citação de Carl Jung. E isso torna muito mais difícil olhar para dentro e acordar (outra vez Jung) para o apelo ao amor, à amizade, o qual para nós cristãos, é reforçado por o Senhor se fazer Menino e um de nós, como que "divinizando" a dignidade humana, ainda hoje tão espezinhada.
    Santo e Alegre Natal!

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