A alegria incondicional é uma arma, uma bandeira contra toda a forma de alienação porque a alegria é o outro nome da liberdade, enquanto afirmação plena da nossa individualidade.
J. A. Mourão - Quem VIGIA O VENTO NÃO SEMEIA
"Girl Watching Clouds Float By“ - Julie Habel |
Falar de alegria pode parecer algo insólito e até provocador nestes tempos em que as cores que mais sobressaem, nos discursos dos políticos e seus comentadores ou mesmo nas conversas banais dos nossos quotidianos, se revestem de tons bem sombrios.
A crise de que se fala parece, inevitavelmente, contrária à alegria. Terá de ser assim?
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Quem se habituou a esperar uma felicidade adquirida fora de si, e a confiar no poder do dinheiro e do possuir como meios para a alcançar está, certamente, mal preparado para enfrentar as perplexidades, contrariedades e tristezas que, inexoravelmente, marcam toda a existência humana e, portanto, também a nossa. Quem naqueles fundamentos foi construindo a sua vida pessoal terá dificuldade em experimentar a pura alegria de viver o que só conseguirá escolhendo novas coordenadas de referência para o seu modo de viver.
Ao invés, quem aprendeu a acolher a sua existência e tudo o que a rodeia como dádiva, promessa, projecto em construção, poderá saborear, em todas as circunstâncias, cada momento como uma realização da sua individualidade, um gosto, um avanço em direcção a uma plenitude desejada, confiando em que nisso reside a fonte de uma verdadeira e segura alegria. Uma alegria que, para ser duradoura e autêntica, há-de mergulhar as suas raízes no desejo profundo que habita todo o ser humano e o dirige para a superação das suas frustrações, dos seus medos e limites.
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