18 março 2014

Dizer o Mistério [4]

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Esta tarde, ao atravessar um jardim da cidade onde moro, fui surpreendida por um gesto de insólita gentileza. Uma menina caminhava por ali com uma alegria suave. Trazia um punhado de flores que vinha apanhando do chão... Ao chegar perto de mim ofereceu-me esta, num gesto espontâneo de contentamento surpreendente! Aceitei, dei-lhe um beijo, agradeci olhando em volta à procura de algum adulto que a acompanhasse... Não vi ninguém que parecesse interessado/a no episódio. Então perguntei: Como te chamas? Ela, - Natacha! E continuou a distribuir flores... Como a Natacha, em homenagem às crianças que nos surpreendem com gestos de carinhosa esperança, deixo-vos a minha flor.
A foto que vos deixo é uma forma pobre de partilha do indizível, como pobres são todas as palavras para dizer o mistério. O gesto e aquela alegria espontânea são, para mim, um sinal da presença misteriosa de Deus num instante de desconcerto e assombro.

Obrigada Natacha.

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